Quando penso em você,
assim,
sem desejar pensar,
sinto alguma coisa correndo,
e pulsando dentro de mim
querendo explodir.

Naquele momento
esqueço a distância;
esqueço a importância
de não pensar
e só penso em você.

Lembro de como era gostoso
pegar na tua mão e aquecê-la
entre as minhas.

Era tão bom sentir a pulsação do teu sangue
querendo sair através do poros.

Você sabia,
com a segurança de toda mulher,
que depois de algum tempo,
que eu,
com muita ousadia,
iria percorrer a tua pele com meus lábios,
tim-tim-por-tim-tim.

Como era gostoso beijar teu colo perfumado,
e sentir o arrepio dos seios rígidos,
ao toque da minha boca.

Aquilo,
aquele momento,
era a pequena gota que faltava
para a explosão dos nossos corpos.

Calafrios de tesão
percorriam tua barriga,
seguindo dos meus beijos,
que pareciam querer,
através da pele,
entrar em seu interior.

Explodir tudo!

Desce mais,
desce mais!
Ouvia você dizer baixinho.
Nem precisava pedir!

As tuas mãos,
segurava os meus cabelos
e guiavam a minha cabeça,
para lá e para cá,
se deliciando a cada toque.

Murmurava palavras incompreensíveis.

Mas,
em meio a daquela viagem,
cheia de cheiros e arrepios mágicos,
eu sintia que as tuas mãos,
como quem nada quer,
levar os meus lábios,
suavemente para baixo,
e mais baixo
...mais baixo.

O perfume é convidativo.
e,
alí,
sob uma vasta selva negra,
a fonte do prazer palpita feliz.

Quanta saudade...

Valdir R. Silva
22/02/2003 - 08:30hrs