Fome,
danada.... Fome, danada....Fome, danada.... Fome, danada....Fome
Falar de você é fácil,
assunto rápido
e delicioso...
É mergulhar na imaginação
e sintir o teu cheiro
de fêmea insaciável.
Ouvir a tua voz provocante...
Gosto dos teus gemidos sussurrados
à meia voz,
escondida por
olhos cheios de promessas.
Mas sei que você não se assusta
com o fogo dos meus olhos.
Ah!
devia se assustar!
Porque eu,
mesmo distante dos teus olhos
e sem ter o prazer
de correr os meus dedos por essa pele
morena e queimada do sol,
sinto as faíscas que dela se desprendem.
Quero que saiba que daqui onde estou,
vejo os toques do teu amado
na tua pele sedenta.
Desesperado estou
com os beijos que ele rouba!
Vejo até a seiva derramada,
depois do amor!
Mas vou dar um jeito de consertar
este erro do destino!
Vou tirar a minha sede do pote.
Lembra daquelas mordidinhas atrevidas
que quase arrancou o bico do teu seio?
Lembra, não?
Fui eu, Raposinha Atrevida,
e não ele,
seu amado, cobaia
que encheu a boca de prazer
.
Naquela hora,
roubei-lhe o comando
e subi e desci teus montes!
Mordisquei os bicos rosados
dos teus seios
e vi os teus olhos faiscarem,
como antigamente!
Que delícia!
Desci para a sua mata,
encaracolada e
enebriante,
e
senti o perfume do teu paraíso.
A tua gruta...
Ah! A tua gruta,
continua safada,
molhada,
piscando e convidando
ao prazer.
Sempre querendo me engolir.
Meus dedos,
usando os dedos dele,
acariciaram os grandes lábios,
percorrendo-os, de baixo acima,
sentindo as pulsações do teu interior!
Senti o grelo teso,
duro
e
querendo ser mordido.
Pedindo...implorando minha boca!
Aí, minha nega,
não resisti.
Tomei a boca da boca do teu amado
e bebi teus líquidos....
Vi-os escorrer pelos meus lábios
na boca dele,
coitado, não pode nem sentir o gosto!
Não percebeu o meu roubo.
Ouvi teu gemido alto,
tua voz no comando
dizendo...
vemmm!
me cooooome, desgraçado!
Senti teu peito arfar,
subir e descer saciado,
enquanto tuas entranhas
desmanchavam-se em gozo...
Cheguei pertinho da tua orelha e
disse:
Oi, franguinha sumida, como estás?...
Perguntei, zombeteiro!
Vi teus olhos virarem para mim,
assustados,
me procurando
nos olhos dele.
Despedi da aventura,
saciado e feliz.
Olhei pela janela e vi
que na Bahia está chovendo!
Um beijo,
Raposa Atrevida!
(Vulgo Valdir R. Silva)
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