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Goiânia - Brasil
      

 

 

 

OS GUARDIÕES


OS GUARDIÕES

464 páginas

Livro Impresso :R$ 45.00
E-Book:..............R$ 30,00

 


Os Guardiões

Foi assim...

Houve um tempo, muito antes de o homem ter a imagem do homem de hoje, quando nossos ancestrais iniciavam seus primeiros passos rumo à jornada para a vida, em que o nosso planeta recebeu uma visita que mudou os rumos de seu destino.

Uma visita carregada de amor pelo planeta jovem, belo e intempestivo, onde a Natureza castigava os pobres seres indefesos que aqui habitavam, numa tentativa infernal de pôr fim às suas vidas.

Mesmo contrariando todas as leis do Universo, os visitantes resolveram interceder em favor daquelas formas humanas, ainda disformes e rascunho da humanidade, a fim de salvaguardar a perpetuação da espécie.

Naquele momento recebemos de presente o direito aos genes da fecundação e crescemos sob a proteção de:

Os Guardiões

E-book será enviado via Internet.
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OS GUARDIÕES

Trecho I

História da Terra

O Paraíso...

...... As formas meio inacabadas do ser que estava caído ao chão não deixavam dúvidas: eram réplicas imperfeitas dele mesmo. Rascunho de algum desenho maluco, mas que, na essência, era como ele próprio. Estava ferido, sangrava muito e tinha poucos minutos de vida....

Ele ajoelhou-se ao lado do corpo caído na relva e compadeceu-se da sorte do pobre ser. Olhou para a grande ferida, que ia de um lado ao outro do abdômen, onde a fera havia mordido e arrancado um enorme pedaço de carne, e pôde ver o que restava das entranhas do hominídeo. Ao redor dele a relva estava inundada de um vermelho forte. Uma hemorragia incontrolável tomava conta do corpo. O que havia sobrado daquele vivente era uma massa de carnes dilaceradas, que se desfazia em uma poça de sangue. Precisava fazer alguma coisa rapidamente, se quisesse salvá-lo, antes que ele se esvaísse em sangue.

... Juntou as mãos, uma à outra, e retirou de dentro delas uma luz azul e brilhante, que no mesmo instante encheu o lugar ao redor deles de Energia pulsante. Apoia suavemente as mãos no meio daquela ferida e deixa fluir para dentro daquele corpo, parte de suas Energias de vida. Cobre-o de Luz por inteiro. No lugar onde havia um corpo ferido, agora só existia Luz.

Aquela Luz envolveu o corpo e em poucos segundos recriou as carnes dilaceradas e refez os ossos quebrados. Em seguida, suavemente, foi diminuindo de intensidade, até desaparecer totalmente, assim que terminou o trabalho de regeneração.

O nativo, que até aquele momento havia permanecido imóvel e em silêncio, movimentava a cabeça lentamente, olhando a luz envolver seu corpo, acompanhando tudo atentamente. Nos seus olhos, uma pequena sombra de medo ainda teimava em existir. Assim que a luz desapareceu e ele se deu conta de que nada sofrera, levanta-se de um pulo e, sem ao menos olhar para Algarte, dispara numa corrida desenfreada, desaparecendo na mata à frente.

Algarte, ainda ajoelhado onde prestara o socorro, tão bem sucedido, ri de felicidade. Desta vez seu coração está repleto de paz. Cumpriu o seu dever de Guardião.

--- Eu não poderia deixar de socorrer aquele ser. Afinal, era um primo distante - fala consigo.

 

Trecho II

O Mestre
.

...Quando o Mestre passava junto àquele buraco que faziam, numa tentativa infrutífera de encontrar água, ELE, sem dar importância à sequidão da terra estéril, ajoelhou-se junto do buraco e, suavemente, pousou a mão no fundo daquele poço seco. Em instantes, vencendo a aridez da terra, a água fluiu, límpida e cristalina por entre os seus dedos.

Em poucos minutos formou-se o poço de água fresca e saborosa que por mais odres que fossem cheios, permanecia no seu limite máximo. Depois ELE, mansamente, se levantou e com um ar de felicidade no rosto, seguiu o seu caminho sem alarde. Gedoors se recorda dos olhares felizes nos rostos daqueles que se abasteciam daquele líquido interminável.

 

Trecho III

Gedoors, o escudeiro.

 

......Gedoors já estava ali há alguns anos, acompanhando o Mestre na sua peregrinação, e aprendendo a admirar a Força que ELE carregava dentro de si. Via a distribuição de sua Energia, por onde passava, e se sentia um predestinado por estar junto a um ser tão iluminado.

--- Abdul, acho que não conseguirei chegar até a montanha. Meus pés estão feridos e não obedecem mais as minhas ordens para caminhar. Vá você, sozinho! Deixe-me ficar... – fala seu companheiro de viagem, tirando-o de seus pensamentos.

--- Onde está a tua fé, irmão! - respondeu Gedoors, que ainda não se acostumara ao novo nome. Às vezes não respondia a uma pergunta, por pensar que não era a ele dirigida. --- O Sol está abrandando seus raios, e logo o calor se tornará mais manso e o ar respirável -responde, com uma voz de incentivo, ao amigo da caminhada. --- Não podemos parar! Se parar, seu corpo se entrevará e os seus músculos não te obedecerão. Ainda existe um pouco de água em meu alforje. Tome-a! Sacie a sua sede! Quanto aos teus pés, se não quiserem te obedecer, pise-os, você mesmo! Machuque-os ainda mais, que te obedecerão! Pegue o alforje!

O outro o olha com espanto. Não esperava tal atitude. Pega a sacola e bebe, em silêncio, algumas gotas de água. Limpa a testa do suor que escorre pelo rosto, e olha com um sorriso para o companheiro, sente vergonha da sua fraqueza; afinal o dia logo terminaria e se recuperariam. Recomeça a andar, mais confiante.

 

Trecho IV

História de Godar,
o vilão
.

 

....A cela estava fria e silenciosa. Lá fora, longe do mosteiro, ainda se ouvia de vez em quando o pio de uma coruja ou o uivo de algum lobo solitário. Aqueles eram os únicos sinais de vida da noite. O vento que entrava pela janela, fincada no alto da parede, era o seu único companheiro de todas as noites. O resto era um silêncio assustador. As paredes frias da cela escura não tinham enfeites, salvo um pequeno crucifixo de madeira, entalhado por ele mesmo em noites insones, e uma pequena banqueta, que lhe servia de mesa de cabeceira no solo de pedra. Nada mais existia no lugar, além do catre, duro e frio. O catre de pedra, que lhe servia de cama, forrado com capim e coberto por uma manta fina, feita dos farrapos que restou de seus últimos hábitos, era quem o recebia todas as noites, depois que os olhos não conseguiam permanecer abertos.

Trecho V

Godar,
a infância.

 

......Sua viagem o leva a um dia especial de sua infância. O dia em que tudo começou. Vê o rosto do pai, vermelho pelo esforço físico, radiante de alegria, enquanto dispara correndo atrás da caça. Vê o grande lago azul, espalhado ao longe no horizonte; os pássaros fugindo, por causa do barulho dos pés batendo no chão; a caça ferida correndo na frente deles. Corriam ao lado do estreito ribeirão, ofegantes, depois muito correr atrás da pequena corsa ferida, mas não sentiam cansaço. Haviam conseguido comida.

--- Cerca ela pelo outro lado, Thomás -grita o pai, enquanto corre no sentido oposto. --- Não a deixe escapar!

-- Êiaaaa! – grita o menino, agitando os braços. --- Ela está indo para a moita de espinhos!

--- Deixa! Dali não terá escapatória! - responde o pai.

Seu pai, um homem robusto, já chegando perto dos cinqüenta anos, típico aldeão da província do bispado de Canterburry, era um dos poucos que se arriscavam em caçar naquela floresta. Ele, como todos os outros aldeões, sofria com a avareza do bispo. Naquele momento estava cansado da corrida, mas feliz em conseguir o alimento que sua família necessitava para sobreviver. Haviam desobedecido às ordens do bispo e estavam caçando em suas terras. A fome era o motivo da desobediência. Ele sabia dos riscos que corria. O bispo não perdoava quem o desobedecesse, principalmente quando invadia o seu recanto de caça. Mas sua família tinha fome.

.....
--- Cão danado!! - Vou empalhá-lo e colocá-lo na entrada do meu castelo, para que nenhum outro tente tamanha desobediência! Prenda-nos!! -grita histericamente, o cavaleiro à frente do pelotão. --- Não os deixe escapar!!

Numa questão de segundos estavam amarrados e imobilizados no chão. Haviam cometido o mais comum dos erros: esqueceram do inimigo. No caso, o causador da fome, o Bispo de Canderberry em pessoa.

--- Quero ver o rosto deste condenado! - exclama o bispo fora de si. --- Quero conhecer o rosto de quem ousa me afrontar! Vire-o para cá! Segurem-no firme!

Haviam chegado como um relâmpago, enquanto que eles, na pressa para esfolar a presa, só ouviam as batidas dos seus corações, ofegantes pela corrida. A fome os havia enganado, dizendo que aquele tropel nos ouvidos era de seus corações. Os cavalos da guarda do bispo, com ele à frente comandando a caçada, haviam chegado ruidosamente, sem que eles percebessem. Era o seu dia fatal.

--- Olhe para a morte, miserável! -grita o bispo, enfurecido, enquanto bate com o punho fechado e protegido pela luva de fios de aço, no rosto do homem. --- Vamos ter uma festa digna de seu ato, verme! -conclui, enquanto faz um gesto para que ele seja levado preso. --- Não machuque o rapaz! Tenho planos para ele.

....
--- Que todos meus vassalos saibam que sou benevolente!!! - gritou o bispo em frente à multidão que ele havia mandado buscar para assistirem à morte do caçador. --- A mão do Senhor, não cairá sobre esta criança! -continua, depois de alguns segundos de silêncio, enquanto caminha até Thomas, preso entre dois guardas. --- Melhor destino o aguarda, garoto! Eu o reservo para o trabalho de Deus!

Trecho VI


Os Cravos
.....

Em cima de sua mesa havia um rolo de pergaminho, que havia retirado há pouco de uma das urnas, que o deixara intrigado. No meio da urna, envolto em tiras de panos, que se desmancharam ao seu toque, havia três peças de metal semelhantes a pregos. Com o conhecimento que possuía, logo descobriu serem cravos, já que, na época em que foram colocados ali, ainda não existiam pregos. Era mais comum usarem material daquele tipo. Cabeças grandes e robustas, próprias para receberem impactos de pesados malhos. O corpo das peças, abaixo da cabeça, eram de forma quadrada, afunilando-se para as pontas, que eram rústicas, mas de uso apropriado.

Não fosse pelo tamanho deles, maiores que uma chave de dedo, e por estarem ainda impregnados com alguma coisa escura e seca, que ficara grudada neles, diferentes da cor original do material, não teria lhes dado importância e a sua noite teria sido como qualquer outra de sua vida.

....Um certo Pedro, pescador da Galiléia, depois da morte de Jesus, arrancou os cravos da cruz, para libertar o corpo, e os guardou junto dos restos do pano que haviam coberto o Mestre. Depois, quando tudo terminou, levou o embrulho para sua casa. Não quis se desfazer deles e os manteve guardados, em meio aos seus pertences, durante muitos anos. Mas, chegou um dia que ele precisou dividir essa informação com seus superiores e eles ficaram admirados da existência daquele tesouro.

.....

Era costume dos povos daquela época enterrarem em cavernas os textos e objetos sagrados de suas religiões, para que ficassem a salvo de qualquer ataque. Seus segredos eram protegidos lacrados dentro de urnas e enterrados em cavernas. A localização dessas cavernas era de conhecimento somente dos sacerdotes. Naqueles dias, logo após a invasão à casa de Pedro, os sacerdotes iriam, como vinham fazendo há séculos, guardar um lote de urnas com documentos nas cavernas das colinas de Qumran. O pescador julgou ter encontrado o melhor lugar para guardar os cravos. Dentro das cavernas, misturadas às urnas dos sacerdotes, uma urna clandestina passaria despercebida.

Por ironia do destino, os tesouros mais importantes da humanidade seriam protegidos por aqueles que ajudaram a sacrificar o Mestre. Na pior das hipóteses, os cravos só seriam descobertos num futuro distante onde, certamente, seria reconhecido o seu valor histórico.

Haviam-se passados muitos anos da morte do Mestre e essa notícia agitou toda a região. Em pouco tempo a notícia se espalhou entre os cristãos, como eram conhecidos os seguidores da nova doutrina. Corria de boca em boca, a notícia da existência dos cravos. "--- Na casa de Pedro estão os cravos que crucificaram Jesus". - Aquela notícia pertencia a todos e a cada dia aumentava o número de visitantes na casa de Pedro, o pescador....

....Era costume dos povos daquela época enterrarem em cavernas os textos e objetos sagrados de suas religiões, para que ficassem a salvo de qualquer ataque. Seus segredos eram protegidos lacrados dentro de urnas e enterrados em cavernas. A localização dessas cavernas era de conhecimento somente dos sacerdotes.

Naqueles dias, logo após a invasão à casa de Pedro, os sacerdotes iriam, como vinham fazendo há séculos, guardar um lote de urnas com documentos nas cavernas das colinas de Qumran. O pescador julgou ter encontrado o melhor lugar para guardar os cravos. Dentro das cavernas, misturadas às outras urnas, uma urna clandestina passaria despercebida.

Por ironia do destino, os tesouros mais importantes da humanidade seriam protegidos por aqueles que ajudaram a sacrificar o Mestre. Na pior das hipóteses, os cravos só seriam descobertos num futuro distante onde, certamente, seria reconhecido o seu valor histórico.

 

Trecho VIII

O Papa...

.....
--- Esta é a sala dos Textos Sagrados - disse-lhe o papa, certa noite, depois de muitos anos a seu serviço. Estavam entrando em um salão que, até então, era desconhecido por Thomás. O velho homem, andando com passos lentos pelo rigor da idade, segurava-lhe o braço carinhosamente enquanto caminhavam para o interior da imensa biblioteca. --- Aqui será a sua nova morada, meu jovem! - completa com um sorriso. --- Desta vez, a sua sede de saber será saciada!

Um salão enorme, ocupando uma área que, tranqüilamente, caberiam uns três salões de reuniões. Isolado, longe de grande parte das salas dos bispos e cardeais. Uma ala pouco visitada do Vaticano, privativa do papa. Havia fileiras e fileiras de estantes, que iam do solo ao teto, cada uma com mais de cinco metros de altura, repletas de livros que se perdia de vista. A luz do dia mal conseguia chegar ao solo, depois de penetrar nas janelas altas e escassas daquele local.

Thomás examina tudo, com os olhos querendo saltar para fora das órbitas. Aquele lugar era algo inimaginável em sua mente. Nunca, nem por um momento, pensou que existisse um lugar assim dentro do Vaticano e, muito menos, que ele pudesse ter acesso a tanta informação.

--- Mas, como pode ser? Nunca ouvi falar desta sala?

--- Esta sala, meu amigo, é um segredo de poucos! Você agora faz parte deste grupo. Faz parte do mundo! - diz o papa, com a voz quase apagada.

--- Isto é... Fantástico! São muitos livros!.
..
--- Estes, - diz o papa, apontando para os livros que estavam nas estantes - já não são tão importantes, Thomás! Já foram lidos e traduzidos. São o passado.

Talvez pelo fato de conviver entre livros e textos desde criança, tenha nascido dentro de Thomás um certo prazer em estar entre eles. Aquele momento significava muito para ele. Sua natureza arredia o tornava uma pessoa de poucos amigos, não havia um bom relacionamento entre ele e os outros padres. Os livros eram o seu refúgio. Depois da aventura do deserto, a cada dia, se fechou ainda mais. Era de poucas palavras e não fazia questão de desenvolver nenhum tipo de relacionamento com as outras pessoas. Gostava mesmo era de ficar quieto em seu canto, lendo seus livros, fazendo traduções, o que lhe possibilitava uma fuga de tantas orações que lhe eram impostas.

--- Como? Já foram traduzidos?...

--- Esta biblioteca é composta de livros únicos, meu filho! Não existem cópias deles em lugar nenhum! A humanidade ainda não está preparada para eles.

--- Não está preparada? Como não está preparada?

--- Não se preocupe com isto! Logo você entenderá. Este é um mundo muito especial, Thomás! Somente pessoas especiais entram aqui. Você é uma delas. Isto é o que importa. - conclui o velho homem.

Estava feliz com a confiança que o papa lhe dedicava. Para ele aqueles livros tinham um poder mágico de lhe mostrar o passado, de vivê-lo outra vez.

--- Mas, senhor! Isto aqui... É...É muito mais do que jamais vi!! - disse Thomás, assombrado com o acervo de documentos. --- Nunca imaginei...

--- Nem poderia imaginar a importância deste local, meu filho! Isto tudo é muito secreto! - disse o papa, com entonação na voz. --- O que temos aqui é a história da origem da raça humana!! Alguns destes documentos podem mudar o rumo da história, o rumo da humanidade!! - fala, enquanto caminha por entre pergaminhos, livros, jarras, potes e urnas de cerâmicas, colocadas ordenadamente no chão, com datas de quando foram encontradas, onde, e por quem. --- Temos segredos que não podemos compartilhar com ninguém!! Reporte-se somente a mim, ouviu?

--- Sim senhor, ouvi! Pode deixar, serei um túmulo...

--- Lembro-me da primeira vez em que estive aqui - continuou, com uma voz melancólica. --- Foi tanto tempo que perdi a conta dos anos - fala, com olhos sonhadores. --- Estes documentos estão aqui há séculos, Thomás! - exclama, enquanto caminha por entre as pilhas de documentos. Pára, pega um maço de papéis, cheira o seu conteúdo. Parece saborear aquele odor.

---Foi preciso esperar que quem os encontrou morresse, assim como quase todos os seus descendentes, para termos a certeza que os segredos estavam realmente guardados - disse, com segurança e olhar firme. --- A Igreja não tem pressa, meu filho! Ela nunca tem pressa. Pode esperar o que tempo que for necessário para a sua segurança - disse com a voz baixa, apesar de saber que não eram ouvidos por ninguém. Senta-se numa cadeira, sentindo o peso da idade e fala, com a voz cansada. --- A maioria dos documentos que aqui estão Thomás, melhor teria sido, se não tivessem sido encontrados. Em muitos casos, tivemos que agir com severidade, para assegurar a imunidade da santa igreja - fala, com tristeza. --- Depois, é esperar o tempo passar, para ter a certeza de que o segredo foi enterrado novamente. Daqui eles não sairão! Jamais! – conclui.

Enquanto ele continuava a falar, Thomás já não prestava tanta atenção no que ele dizia, estava hipnotizado olhando aquela montanha de informações. Para ele era o que importava.

--- Temos outros documentos - continua o papa - que ainda ficarão guardados por muito tempo, esperando a sua hora de serem manuseados. Hora de abrir seus segredos para o mudo. Somente depois é que decidiremos o que poderemos contar - fala, enquanto se levanta da cadeira, com um sorriso nos lábios.

Durante o resto do dia ele acompanhou o papa, seguindo-o de pilha em pilha de documentos, recebendo instruções detalhadas sobre cada uma delas. Era incrível a capacidade de memória de sua mente. Apesar do mais de setenta anos de idade, aqueles dados estavam muito bem guardados dentro dele. Foram horas de conversas e detalhes jamais sonhados.

Depois, enquanto o barulho das sandálias do papa se perdiam ao longe, Thomás sentou-se na cadeira mais próxima e ficou respirando aquele ar. Havia no recinto um cheiro característico de coisas guardadas, de coisas velhas, esquecidas no tempo....

 

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