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Goiânia - Brasil
      

 

 


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CONTO DO DIA

 

Este texto, parte dele, foi enviado para mim, via e-mail, há uns quatro anos atrás. Gostei muito. Era bem menor mas havia em suas linhas algo que dizia que a história poderia ser melhorada. Um pouco mais de "calor" ou simplesmente colocar mais pimenta quindim do André, personagem sofredor da história. Trabalhei com prazer até que, finalmente, depois de centenas de gargalhadas, coloquei um ponto final na tortura do "cabra". Por isso não sou o autor de todo ele, só acrescentei alguns parágrafos, palavras e atos que ajudaram a fazer desta história uma das mais engraçadas que já tive o prazer de atuar. Espero que gostem. Meu parceiro anônimo e eu agradecemos o momento.

 

O PRAZER DA DEPILAÇÃO

 

(versão masculina)

 

Estava assistindo tv, numa tarde de domingo, naqueles horários em que não se pode inventar nada, pois no outro dia é segunda-feira, dia de trabalho, quando minha esposa deitou ao meu lado e ficou brincando com minhas "partes". Após alguns minutos ela veio com a seguinte idéia:

--- Por que não depilamos seus ovinhos? – falou com aquela cara bem safada. --- Assim eu poderia fazer "outras coisas" com eles – completou com aquele olhar que faz abrir tampa de caixão..

Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam essas "outras coisas" a que ele se referia.

--- Nada disso! Isso vai doer pra caramba - falei, ressabiado, ao me dar conta do perigo!

Mas ela não desistiu. Começou a tecer uns argumentos, que me deixou com a pulga atrás da orelha.

--- Será ? – pensei com meu saquinho. --- Será que não estou sendo medroso?

--- Vai ficar legal, você vai ver! E depois vai ficar muito mais gostoso de pegar e.... passar a língua! Hum...Que delícia que vai ser! – fala, continuando a com a carinha de pidona, enquanto passa a lingua sobre os lábios.

--- Não! Nada disso! – respondi taxativo: Posso ser "avançadinho" mas não sou trouxa! - Naquela hora lembrei da cara que elas fazem quando puxam aquela tira que foi colada em cima da pele! - Todas elas, sem excessão, destestam aquele momento, e não é atóa!

--- Deixa de ser quadrado, André! - falou, enquanto abaixava a cabeça e dava um cheiro nas bolinhas!

--- Isso vai doer demais!- continuei, teimoso. --- Deixa disso!

Ela veio grudando em mim, passando a mão de leve no “foguetão' e deu um suspiro!

--- Tem novas técnicas, amorzinho! – fala ainda com voz mais dengosa no meu ouvido. Dá umas piscada de cuimplicidade e continua --- Depois que eles ficarem lisinhos, você vai adorar! – completa, passando a mão devagarzinho sobre meu calção,

Aquela voz, cheia de promessas, fazia meus pêlos ficarem de pé. O ‘Tremendão' começou a dar sinal de vida, ameaçando explodir. O bicho é "burro demais"!

--- Deixa disso. – falei mais calmo. Ela estava quase me convencendo.

--- Você nem imagina as ‘outras coisas” que vou fazer com ele, depois de peladinho... – fala, remexendo os olhos. Nesse momento ela se levanta e começa a dançar uma música imaginário, rebolando o corpo dengosamente enquanto passa as mãos por cima da tanga que estava usando.

Pronto! Era a gota d'água que faltava! Quase concordei.

Continuei respondendo que não e não! Disse que doeria coisa e tal, e que ela deixasse disso. Mas eu estava vencido. Ela veio falando sobre as novas técnicas de depilação e eu, imaginando as "outras coisas", não tive mais como negar. Concordei definitivo.

Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para a tal depilação. Senti um arrepio na espinha quando ela disse isso, mas como já estava no clima, fiz-me de ouvidos de mercador: Entrou por um e saiu pelo outro ouvido. --- Mas, pensando melhor, deveria ter escutado o meu sexto sentido.

Depois fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando imaginando novas sensações que ela prometia. Só acordei quando escutei o beep do microondas lá na cozinha.

Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei meio estranho ela ter todos aqueles equipamentos em casa, mas ela estava com um ar de "dona da situação" que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente.

Olhei para todo aquele aparato e alguma coisa me dizia que aquilo não ia dar certo, mas tesão é tesão. Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo.

Aí ela olhou para mim, enquanto segurava uma pequena espátula de madeira, cheia de cera quente, soprando para esfriar e pediu para que eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e liberasse o aceso a zona do agrião.

Naquela hora o meu anjo-da-guarda pediu pra ir dar um passeio e me deixou sozinho com aquela tarada.

Ela pegou meus ovinhos com tanto carinho, como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou a passar cera morna.

Puxa! – pensei comigo – que sensação gostosa! - Parecia que uma boca bem quentinha envolvia os meus bagos inteirinhos de uma só vez. E eu, muito do mau humorado, estava recusando a sentir aquele prazer! Que coisa gostosa, parecia que alguma coisa aveludada estava envolvendo os meus bagos.

O ‘Zezão” começou a ficar mais duro, parecia um rochedo de pedra no meio do quarto. Apontava para cima feito um foguete próximo a ser lançado. Achei aquela sensação maravilhosa!!

O Sr. Pinto já estava todo "pimpão" como quem diz: "Vou ser o próximo da fila"!! Enquanto isso, continuei imaginando quais seriam essas "outras coisas" que viriam a seguir. Se fosse bom como aquela sensação eu estava sentindo nos bagos, a noite ia ser fantástica!

Após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou ambos no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los para viagem! Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer. Tava na cara que ela era uma “expert” no assunto! Será que foi na Thailândia, na China ou pela Internet mesmo? – me perguntava, enquanto permanecia de olhos fechados, saboreando aquele momento. Estava tudo bem quentinho.

Alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino. Todas as novas sensações que eu estava sentindo, foram abruptamente arrancadas do meu cérebro e eu, com lágrimas nos olhos gritei:

--- PUUUUTA QUEEEE O PARIUUUUUUU!!!!! - gritado, letra por letra e tão alto que acho que a vizinhança toda deve ter imaginado que tinha ganhado na loteria!!!

Olhei para o plástico, com os olhos estarrecidos, para ver se o couro do meu saco tinha ficado grudado nele e quase chorei ao vê-lo cheio de pêlos. Nessa hora ela disse que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava passar de novo!!!

--- Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!! --- Saí pra lá, satanás!!! – gritei apavorado enquanto pulava fora do sofá.

Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito em minhas respectivas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o banheiro.

Os meus passos, para caminhar aqueles poucos metros que faltava para o banheiro, pareciam de um homem vazado por centenas de buracos, feitos por uma faca bem afiada! Acho que se olhasse para trás veria o rastro de sangue que deveria estar deixando por onde passava!

Sentia o coração bater nos ovos!

Finalmente cheguei ao chuveiro. Foi a primeira vez em toda a minha vida que eu molho o saco antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando a água gelada escorrer pelo meu corpo, anestesiando a minha dor. Mas o coração continuava batendo no meio das duas bolas, que a esta altura pareciam dois melões, abrindo as pernas para caberem no meio.

Depois de meia hora debaixo d'água saí do banheiro, e fui de novo para o quarto.

Enquanto isso ela estava bem tranqüila sentada na beira da cama, assistindo tv e me olhou com aqueles olhos de deusa com fome. Havia uma espécie de sorriso no rosto dela.

Pensei comigo: "Será que fiz alguma coisa com ela, e agora quer vingar? "- Será?

Mas, olhando melhor, o sorriso era de compaixão, pela dor que eu estava sentindo. Ela fez uma carinho de medo, talvez pensando que eu fosse perder a paciência e brigar com ela, e veio para o meu lado sussurrando palavras de carinho.

Nesses momentos de dor, qualquer homem vira um bebezinho e se derrete todo para a mulher amada. Faz uma merda atrás de merda. Peguei meu gel pós barba, com camomila "Aquele que acalma a pele", enchi as mãos e passei nos ovos.

Foi como se tivesse passado molho de pimenta!!!

Corri de volta para o banheiro e sentei no bidê na posição de "lava xereca", e deixei o chuveirinho acalmar os Drs. Bagos Inflamados. Peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round.

Depois de algum tempo olhei para meu pinto. Ele, que há poucos momentos estava tão alegrinho, agora estava tão pequeno que mais parecia irmão gêmeo de meu umbigo.

Nesse momento minha esposa chega e bate na porta do banheiro e perguntou se eu estava passando bem.

Aquela voz que antes era tão aveludada e sedutora, agora ficou igual uma gralha anunciando o fim do mundo.

--- Me deixa em paz! - foi a minha resposta, segurando a dor.

Saí do banheiro e voltei novamente para o quarto. Durante todo esse tempo ela estava na minha cola, parecendo esses meninos pedintes de rua, e argumentava que os pentelhos tinham saído juntamente com as raízes, por isso que demorariam voltar a nascer.

--- Viu, como ficou bom? – falou toda inflamada! --- Estão lindos!!!!

Olhei para baixo e vi que, pela espessura da pele do meu saco, que ali nunca mais nasceria nenhum tipo de penugem. Meus ovos estavam tão traumatizados que pareciam ovos de Ema prontos para chocar.

Ela pediu para olhar como estavam.

--- Se chegar a menos de meio metro de distância ou tentar tocar neles, vai se arrepender!! – disse entre dentes.

--- Dexia de ser bobo!

--- Se ficar rindo da minha cara, vai entrar na PORRADA!! – falei, enquanto vestia uma camiseta bem larga. Fui dormir na mesma hora resmungando de dor. (somente de camiseta). Naquele momento sexo para mim, não aconteceria nem que fosse para perpetuar a espécie humana.

No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros.

Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar uma cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada. Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo.

Entrei na minha seção, andando igual um cowboy cagado.

Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos de ninguém. Não queira dar explicações do meu bamboleio no andar. Passei o dia inteiro trabalhando em pé, com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.

Resultado, certas coisas devem ser feitas somente pelas mulheres. Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino.

Ovo cozido faz mal prá saúde!!

Valdir R. Silva

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